Friday 28 November 2008

AQUILO QUE NAO CONSIGO MUDAR


São suas palavras que me fazem pensar
Me ver em um espelho,
o reflexo de um ser em desespero.

Posso parar, refletir, chorar,
mas a mudança se faz mais devagar
e cada gesto que insiste em machucar
doe mais em mim,
por não saber como cessar.

Com os olhos abertos me lembro da solidão
Tempo frio de eterna espera
e me pergunto como e que eu era
sem ninguém para dizer quem sou. 

Mas agora tudo isso põe em risco
o que de mais belo construimos
estou perdido neste emaranhado de pensamentos,
me afogo neste acumulo de sentimentos,
sou detento de um mundo desconhecido

So


A solidão ataca a alma
mas ela não merece o tratamento
Por um momento resisti ao encanto,
de um tempo que ficou no esquecimento.

E preciso o impreciso
cura da dor que não pertence
tenso e o esforço do peito rouco,
tosca e a voz do ser que sente.

Mas o pulso ainda canta
em ritmo de lágrima caída
e sonha em pular freneticamente,
quando a esperança deixar de ser traída.

O medo

Quanto mais eu sigo
muito mais eu vejo
por estar ainda vivo
por não me deixar enfermo

Quanto mais me ouço
sei que não preciso
do resquício desse vicio
do sufoco nesse rosto

E o medo de ontem me traz desespero
agora preciso aprender a ser um inteiro
tirar do meu corpo a aflição desse apego
e ver que o ser que criei existe em mim

E o vento la fora e o que ouriça o pelo
faz tempo não sei o que e ser o seu cheiro
me afogo no afago do fogo sem bombeiro
e espero que o sonho de ontem que e morto renasça amanha.

O RIO e a CLAREIRA

Um rio que desce em correnteza
me leva solto e busco uma clareira
Nas margens de uma mata ciliar
desespero por um pedaço de areia.

Quase afogo quando o claro se adianta
não penso e alcanço o meu oásis
respiro com mais tranquilidade
me agarro em um toco que encanta.

E la fico ate o entardecer
e o rio continua onipotente
Suas curvas levam o fluxo de um ser
que não o horizonte em sua frente.

Com frio passo dias contraído
e não largo o pedaço de abrigo
a clareira que antes era aviso
ofusca a clareza do momento.

O rio segue impávido, desinibido
leva outros que se lançam com coragem
vejo rostos que não focam na paisagem
de um passado que se mostra inimigo.

Miro o céu e aparo a lágrima da criança
que rasga o rosto como estrela cadente
olho o chão que suporta o ser carente
Me pergunto se estou salvo ou perdido.

NO CANTO EM QUE ESTOU

Pedras, caminho descalço
e os laços se entrelaçam
como sentimentos embaralhados
pelo vento forte que sopra norte
pela janela dos meus pensamentos.

Tudo gira ao nosso redor.
Sei que vago pelo vão breu de sua visão
quando fechas as pálpebras 
para descansar a mente que sofre com tanta pulsação.

Vou voando ao receber noticias 
que chegam se arrastando por caminhos tortuosos.
Pairam sobre o teto acima e nunca descem
para esclarecer o porque de tanto esquecimento.

Justo hoje que acordei pensando bem
e revigorei meu semblante moco.
Justo ontem que dormi tranquilo,
ou foi aquilo quase um sonho
desfeito em leve fumaça de um incenso
que se extingue lentamente 
chorando cinzas de apagadas memorias?